Um Movimento Estudantil que tem medo do debate

Ontem houve uma Assembléia na qual discutiríamos o teor da Greve, o novo Movimento Estudantil que a FOE (PSOL) e alguns do PSTU estão tentando formar além de discutir a mobilização dos estudantes. O DCE (PSOL/PSTU) foi procurado e conversamos sobre a pauta da mesma a qual eles colocaram também os pontos que queriam debater. A Assembléia foi publicizada, ainda que de forma tímida, havia sido colocado cartazes informando sobre a realização da mesma em vários andares da UERJ e na véspera observei que em muitos andares os cartazes continuavam lá.


O fato de se discutir greve é que não vejo uma pressão para que a mesma acabe. Se houvesse essa pressão isso significaria que a luta dos professores estaria chamando a atenção e haveria então um embate, sociedade e Estado, para dirimir o problema. Haverá ainda uma Assembléia Docente na semana que vem e talvez a greve acabe. E os estudantes nem sequer puderam discutir isso? Qual o intuito? Devemos aplicar sempre esse mesmo modelo? Como buscar solução dos problemas de uma outra forma ainda que não se traia a causa trabalhista?



A Greve da UERJ, de dois em dois anos, se torna previsível, sem efeito surpresa, sem impacto sobre a sociedade, visto que a mesma, interna e externa, se adapta ao ritmo. E é exatamente o ritmo que fez com que grandes greves, inclusive no Brasil e podemos citar o ABC paulista... que surtiram efeito. A máquina parada, a produção parada e todos sentindo a falta daquilo funcionar direito e reconhecendo a participação do trabalhador. Sem o trabalhador não há produção, É ISSO O QUE A GREVE SIGNIFICA!



A própria situação da UERJ, com diversos grupos (e isso é bom, ruim é a gente ter um grupo só que desvia a atenção da luta dos professores para falar mal do Governo) cria uma situação de não colaboração, inclusive de sabotagens, como o ocorrido nessa assembléia estudantil.



A criação de boatos, a acusação de oportunismo, o disse-me-disse, são próprios do jogo político onde um grupo tem medo de outro e no surgimento de algo mais puro, que corre o risco de se tornar consistente e maduro, que nasce como novo e não com IDÉIAS VELHAS e EMPOEIRADAS pelo TEMPO, que não tem rabo preso, faz então com que haja questionamento da sociedade.



O bem e o mal já existem, na UERJ é Camarão(PT/PCdoB) e CONLUTE (PSTU/PSOL) cada um se colocando como bem e o outro como mal. Quando surge a terceira via, que questiona esse padrão do bem e do mal mostrando a todos essa fatídica ilusão que faz a política das sociedades há milhares de anos, então surge o medo, e o que é "bem" e o que é "mal" podem até se unir. E´ o que eu quero, sinceramente.



Na ânsia de discutir se é válido ou não "deliberar" na Assembléia e logo quando todos querem votar, passa-se a discutir se é legítimo o espaço (A crítica veio do PSTU/PSOL e o espaço era a sala do DCE, espaço DELES!) causa asco a qualquer amante da democracia, do debate e principalmente do embate de idéias.



Àqueles que continuam "tricotando" afirmo, ainda que não esteja a altura de quem o disse: "Não abalaram o meu
pulso!". E atenção estudantes, questionem sempre.




Raul Castro.
Economia-UERJ.

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