EUA assinam acordo. Será?

Galera,

Nesses últimos quatro dias (20 a 23/Nov) participei da SIONU 2008, uma simulação dos vários comitês da ONU de verdade.


Foi fatídico, representei os EUA no ECOSOC e busquei primeiramente fazer o que esse país não faz: Tentar entender as propostas dos outros países e buscar uma conciliação. Não vou entrar em detalhes sobre essas discussões mas no final do evento fiz o improvável: Estados Unidos assinam uma resolução que relembra o Protocolo de Kyoto.


Foi engraçado, mas na verdade eu estava com a cabeça fervendo por causa das discussões e votei sem pensar. Votei e pronto.


A tempo: As florestas funcionam como uma indústria, se olharmos a relação de consumo de CO² (uma ligeira taxa-de-substituição entre CO² e O²) temos uma função que lembra muito bem uma função de produção.


Uma floresta jovem tem uma "taxa" maior de consumo de CO² do que uma floresta mais "velhinha" e isso significa que florestas ditas antigas, pelo Protocolo de Kyoto, devem ser substituídas.


Resumindo, a nossa Floresta Amazônica deve ser substituída. Logo, indiretamente o Protocolo de Kyoto viabiliza a exploração internacional da amazônia se observarmos o jogo político dos países industrializados.


Na verdade a razão de muita gente simpatizar com o Protocolo é o fato do mercado de carbono e o compromisso que os países assumem em reduzir suas taxas de poluição. Pessoalmente acredito que isso não seria necessário, cada país deveria buscar sua solução particular em conjunto com o meio acadêmico e um organismo internacional verificaria se as taxas de poluição diminuiram ou não.


A questão é: O próximo presidente eleito, Barack Obama, já disse que vai reduzir as taxas de poluição de seu país. O Governo Bush, apesar de contra o Protocolo auxiliou o País a reduzir algumas taxas (taxa de variação de emissão em torno de 25% enquanto a do mundo é de 28% e alguns países mantém variação maior que a do mundo - esses dados não são atuais, mas estão valendo...).


A alegação de G. Bush era a redução da oferta industrial, fato diante de uma crise econômica, justamente quando não havia uma crise propalada. Agora nós temos uma crise cujo berço é nos EUA e teremos uma redução de oferta. Não adianta rediscutir o passado com coisas como "e se tivesse reduzido sua oferta e investido já em alternativas energéticas" pois já temos a famosa "Crise Energética" programada para meados de 2030...


Barack já falou, não nesses termos, que "vai ser foda governar" um país com tal peso no mundo e com os problemas que a sociedade enfrenta e enfrentará.


E já sendo advogado do diabo, digo que G. Bush ajudou a fomentar o modelo de Biocombustíveis investindo no Brasil por exemplo. A China segue o mesmo caminho: Quinto produtor de Petróleo, terceiro maior importador do mesmo e segundo maior consumidor do "Ouro Negro", a China já avança com biocombustíveis.


Obama pode ser que não assine o Protocolo de Kyoto (o que do ponto de vista da Economia do país vem a calhar, pois com a crise financeira as fábricas terão que parar um pouco), seria uma jogada estratégica já que as previsões aconteceram e os EUA voltariam a ser o bom moço dos filmes de faroeste.


Mas, Obama já se comprometeu a reduzir drasticamente o "quantum" de dióxido de carbono na atmosfera e as taxas de variação de emissão, meta para que isso aconteça já em 2050. Os EUA devem realmente substituir grande parte da matriz de combustíveis fósseis pela renovável (Biocombustíveis: BioDìesel e Álcool Etanol).


Foi o que falei na SIONU, as coisas mudam, o mundo muda, aliás, a política muda as pessoas...



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