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Mostrando postagens de março, 2009

Futebol, Baralho, Gramsci?

Os italianos não gostam muito do esporte. Os italianos preferem, ao esporte, o jogo de baralho. Ao ar aberto, preferem o espaço fechado de um botequim; ao movimento, a imobilidade em torno da mesa. Observem uma partida de futebol: é um modelo da sociedade individualista. Nela se toma a iniciativa, mas essa é definida pela lei. As personalidades distinguem-se hierarquicamente, mas as distinções não ocorrem segundo o status, mas segundo as específicas capacidades de cada um. Há movimento, competição, luta, mas esses são regulados por uma lei não escrita que se chama "lealdade", continuamente recordada pela presença do árbitro. Paisagem aberta, livre circulação de ar, pulmões sadios, músculos fortes, sempre voltados para a ação. Um jogo de baralho. Espaço fechado, fumaça, luz artificial. Gritos, punhos na mesa e, com frequência, na cara do adversário ou... do parceiro. Perverso trabalho do cérebro(!). Desconfiança recíproca. Diplomacia secreta. Cartas marcadas. Estratégia de chu